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quarta-feira, 9 de julho de 2014

POR UMA VERDADEIRA INCLUSÃO NAS ESCOLAS!

Por Laio Lopes, professor do Ensino Fundamental I - modalidade E.J.A - Escola Tempo de Infância e Juventude - “Universidade do Ser”.

As referências construtoras da diferença sustentam a distinção de identidades, sujeitos e traços socioculturais, emergidos numa pluralidade de significados assumidos na percepção do outro e reassumidos na concepção de diversidade. Na perspectiva de pessoas com alguma deficiência no espaço escolar, o seleto desígnio da produtividade que a Escola demarca o conhecimento e a capacidade de aprendizagem do aluno, podem gerar estigmas e estereótipos, em que muitas delas, advêm da relação da competitividade intelectual e de um modelo de avaliação e currículo educacional cristalizado. Essa diversidade encontrada na sala de aula requer um olhar especializado e constante para o tema: Inclusão Escolar.
Refletirmos sobre Inclusão é reconhecer a unicidade do ser, provedor de desejos, sonhos e experiências que relacionam com o “outro”, dignificando os valores próprios, independente se ser identificados como deficientes.

O engajamento de diversos segmentos da sociedade e demais esferas representativas de poder, ampliaram o entendimento de instituições especializadas em atendimento a pessoas em situação de deficiência para além das delimitações exclusivas referentes ao público em questão. Nesse caso, as intervenções institucionais e não institucionais relativos ao repensar de práticas políticas e sociais pertinentes, determinaram ações sistemáticas de garantias de direitos, reconsiderando injustiças que os excluíam, inclusive no espaço escolar. Nos debates sobre Educação Especial na perspectiva da Inclusão, as narrativas apresentadas evidenciaram um confronto de ideias transparecendo as mazelas sociais existentes de desigualdades profundas no Brasil expressos em grupos sociais, etnias, gênero, raça, cultura, identidades e múltiplas deficiências sendo caracterizados por modelos legitimados pela classe dominante que influenciam determinado padrão.

Em consonância com Movimentos Nacionais e Internacionais de Políticas Públicas em Educação, o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento, altas habilidades e superdotados foram inseridos na escola regular junto a ações afirmativas em concursos e universidades dentre outros grandes avanços nos direitos humanos.

Por ser um tema transversal, as Políticas Públicas pertinentes como a área da Saúde, Cultura, Mobilidade Urbana encontram muitas dificuldades de articulação com o espaço Escolar expondo um isolamento da educação na questão da Inclusão. Os Professores ficam em uma situação vulnerável diante do seu compromisso de atender os desafios propostos nas salas de aula, encontrando dificuldades de criar alternativas e encontrar recursos disponíveis que possibilitem uma verdadeira Inclusão. A questão é mais agravante pela falta de uma militância e representatividades que atendam as críticas e demandas dos Professores diante do modelo de Inclusão vigente em que são censuradas pelo senso comum, mal interpretadas e estigmatizadas, desvalorizando ainda mais o Profissional de Educação.

Para garantir avanços na Política de Inclusão são necessárias transformações que representem uma agenda democrática que incorpore as experiências dos Professores, dando voz e condição de viabilizar suas ideias com demais segmentos que compõem o debate e que almejam uma transformação na Inclusão atual.

Seguem algumas propostas:

- Formar parcerias intersetoriais e fortalecer o diálogo com Escolas, Gestores de Educação, Sindicatos, ONGs e Instituições de Ensino Superior gerando debates, pesquisas de colaboração democrática dos diversos segmentos envolvidos na Inclusão Escolar.

- Criar Grupos de Trabalho, Palestras, Cursos e Assessoria Especializada com Profissionais de outras áreas atendendo a demanda de Profissionais de Educação e qualificação indispensáveis para atualização do conhecimento sobre inclusão.

- Identificar e combater ações excludentes, que evidenciem preconceitos, estereótipos e toda forma de discriminação no Espaço Escolar à Pessoa em Situação de Deficiência.

- Garantir a autonomia do Professor para adaptações necessárias no currículo e nas avaliações, colaborando com a valorização das potencialidades dos alunos e propiciando a Diversidade necessária.

- Fortalecer uma representatividade atuante no campo da Educação Inclusiva garantindo um espaço de militância para lutar por melhores condições de trabalho, quantidade de alunos por turma, formação continuada, regulamentação do papel do Mediador e demais estratégias que permitam um suporte ao Professor e desenvolvimento do aluno.

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